A lubrificação dos carrilhões
O quê: Uma gota de óleo fino de máquina (de costura) por carrilhão.
Frequência: Uma vez por ano.
Como: Aliviar a tensão em todas as cordas com duas meias voltas em cada cravelha. Colocar meia gota de óleo no parafuso do carrilhão e rodar a cravelha para a frente e para trás 2-3 vezes. Colocar mais meia gota e repetir o exercício. Fazer o mesmo para todos os carrilhões. Não por óleo a mais nem noutros pontos. É inútil e só pode dar problemas.
A limpeza das cordas e do braço
O quê: Remoção da gordura natural deixada pelas nossas mãos. Para além das eventuais consequências estéticas, esta gordura e partículas acumuladas nas cordas fazem com que haja um aumento da sua massa e por isso haja uma alteração do seu timbre ficando este menos brilhante. Se as cordas forem de aço puro (não niquelado) acresce ainda a formação de uma camada de oxidação (ferrugem), independentemente de serem tocadas ou não, que afecta igualmente a qualidade do timbre.
Frequência: Depois de cada utilização, antes de guardar o instrumento; Para as cordas de aço não revestido depende muito da humidade. Deve verificar-se o estado de limpeza das cordas antes de cada utilização.
Como: Com um pano fino de algodão esfregar todas as zonas usadas para tocar, com especial atenção para a extensão toda das cordas e zona superior da escala e do braço. Convém colocar no seu estojo um pano para este efeito, com cerca de 50cmX50cm.
A mudança das cordas
O quê: Substituição das cordas todas. Ao longo do tempo as cordas vão ganhando acomodações ("camas" ou "calos") em vários pontos, como por exemplo, nas curvas da pestana e do cavalete, nos carrilhões, sobre os trastos. A partir de uma certa altura estas "camas" dificultam muito uma correcta afinação das cordas pois fazem com que a corda se acomode numa dada posição que fica um pouco antes ou depois do ponto optimo de afinação, onde não estabiliza.
Frequência: Uma vez por ano;
Como: Fazer ou comprar um encordoamento completo. Isto é a melhor maneira de garantir a uniformidade das cordas.
Desafinar, substituir e afinar uma corda de cada vez para não se alterar a posição do cavalete. Se por acaso o cavalete se mover da sua posição original, teremos de fazer uma nova calibração do cavaquinho (Ver "O Meu Cavaquinho - 3: A calibração" neste blogue).
Verificar no fim se a altura das cordas na pestana e no cavalete é a correcta. Por vezes a corda fica mal posicionada na ranhura da pestana. Outras vezes a laçada na ponte sai muito alta e não deixa a corda tocar para "quebrar" no cavalete.
Nota: Usar estes mesmos procedimentos para substituição de uma corda que se partiu ocasionalmente.
Dica #1: Para facilitar o enfiamento da nova corda façamos uma ligeira dobra a uns 3 ou 4 milímetros da extremidade a enfiar. Depois de passar o orifício da ponte, esta ponta (levantada por causa da dobra que lhe fizemos), pode ser apanhada com o laço que está feito na outra extremidade da corda. Assim facilmente a fazemos passar o obstáculo que é o cavalete.
Dica #2: As cordas do cavaquinho são finíssimas e portanto as pontas são extremamente afiadas. Para evitar picadelas nos dedos ou até nos olhos, depois de afinar uma corda nova dobre-lhe na ponta solta (no carrilhão) um centímetro para trás.
Dica #3: Ao retirar uma corda partida ter as devidas precauções já que uma corda partida tem sempre uma ponta afiada, pelo menos, e vê-se mal. Também por questões de segurança, enrole uma corda partida, como se enrola uma corda nova, mal a tire do cavaquinho. Assim é mais fácil de manipular até se descartar dela.